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terça-feira, agosto 08, 2006

Simplificar para acontecer

Gerenciar projetos com inteligência é uma habilidade que admiro bastante, independentemente de qual o campo de conhecimento a que um projeto pertence. A capacidade de realizar com sucesso aquilo que foi proposto, no prazo estipulado e sem a necessidade de deixar de fora elementos presentes no planejamento do projeto sempre foi para mim uma tarefa difícil. Entenda por projeto nesse texto a vontade de realizar algo em algum espaço de tempo, não importando aqui se o cárater da empreitada é profissional, pessoal ou de qualquer outro tipo.

Acredito que exista um grande número de pessoas que, assim como eu, sejam do tipo que idealizam projetos que parecem ser interessantes e positivos, mas que por algum motivo simplesmente não se concretizam, não se tornam reais e adicionam mais um item a nossa lista de projetos "fracassados". Minha lista pessoal já consta com diversos desses projetos que ficaram apenas no campo das idéias e outros que perderam força até morrerem no meio do caminho.

Percebo que um fator determinante para a não finalização de um projeto parece ser o cansaço e a falta de motivação que começam a surgir quando, obviamente, um projeto se torna cansativo e desmotivador. E isso costuma acontecer com mais facilidade em projetos que nos consomem uma grande quantidade de tempo. Isso ficou bastante claro para mim quando alguns do meu alunos aos quais eu dava aulas de guitarra começaram a se desmotivar ainda no início do processo de aprendizagem, ao ponto de desistirem de se transformar nos guitar heroes que tanto queriam. O motivo desse acontecimento foi o fato de que estudar música requer uma quantidade relativamente grande de dedicação, e a motivação deles talvez não fosse equivalente a essa demanda de tempo requerida.

Mas olhando por um outro lado observei que a metodologia e a didática que utilizei durante as aulas possivelmente exerceu alguma influência sobre essa desmotivação durante o processo de aprendizagem. Penso que a desmotivação dos alunos deva ter sido fruto da combinação dessas duas circunstâncias.

A partir de acontecimentos como esse e diversos outros é possível tracei uma estratégia para eliminar pontos críticos no gerenciamento de projetos. Particularmente passei a pensar os meus projetos sob uma ótica diferente não faz muito tempo. A primeira atitude tomada foi algo que passei a chamar de "trabalhando com fragmentos".

Trabalhar com fragmentos é uma idéia muito simples e lógica para otimizar e dosar a quantidade de produção diária, visando não ter problemas para finalizar o projeto dentro do prazo útil. Antes de iniciar qualquer tipo de projeto, seja ele aprender a tocar um instrumento, uma nova linguagem de programação ou praticar parkour e sair voando por aí, observe com cuidado a demanda de trabalho, pense simples e fragmente o projeto em quantas partes for possível. E agora o ponto chave da questão: pense cada um desses fragmentos como um projeto isolado e tenha a consciência de que a cada um desses pequenos projetos finalizados você estará subindo um degrau para a finalização do projeto matriz.

É muito comum trabalharmos duro por um dia inteiro em algum de nossos "super projetos" e ainda assim ao fim do dia termos a impressão de que não se fez nada, não se avançou para o fim do projeto. Trabalhando com fragmentos em forma de pequenos projetos isolados é muito fácil observar o resultado real das horas de trabalho fornecidas, sem o pensamento negativo de que suas horas de trabalho de nada valeram na imensidão daquele projeto. Delimite o tempo para execução de cada fragmento e siga em frente, eliminando etapas de forma tranqüila.

Outro ponto crítico identificado é a nossa idéia de sempre querer realizar super projetos. É aí que a falta de motivação nos pega. Super projetos vão requerer um super tempo para serem finalizados e muitos de nossos projetos são desejados para breve, sem muita demora. E isso faz com que as coisas não aconteçam.

Por isso a ordem é simplificar para acontecer. Lembre-se sempre que o ótimo é inimigo do bom e que as chances de abandono de um novo projeto são diretamente proporcionais ao tamanho e a complexidade dele. Lembre-se de que um projeto não passa a ser algo "morto" quando está finalizado. Você pode voltar a ele assim que quiser e fazê-lo crescer ainda mais, mas não deixe de lançar um novo projeto simplesmente por achar que ele não está abosolutamente fantástico. Lembre-se do que foi dito por Aristóteles:
"Nós somos o que fazemos repetidamente. Excelência, não é uma ação isolada, mas um hábito".

Excelência é um hábito, mas o hábito de estar sempre trabalhando e crescendo, não o hábito de estar deixando de lado as coisas que você mesmo cria ou idealiza, e que por isso deveriam ter um valor especial para você. Deixo aqui como sugestão de leitura o excelente artigo
"Os 7 passos do gerenciamento de projetos", de autoria de Fernando C. Barbi.

Grande abraço e vamos ao sucesso dos projetos!

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Quem sou eu

Músico, Desenvolvedor Web, Jornalista, Fã absoluto de seres humanos fantásticos, perfeccionista e observador nato!